O Brasil tornou-se visita quase obrigatória para corretores americanos em busca de compradores endinheirados - a combinação entre renda alta e dólar muito baixo fez do brasileiro alvo certeiro. Depois que a marca Trump recorreu ao Brasil para vender um edifício no Soho, em Nova York, esta semana, duas imobiliárias americanas estão promovendo apresentações a brasileiros. O endereço oferecido agora é Miami, que mergulhou na crise financeira e imobiliária e começa a se recuperar. Os projetos à venda são luxuosos e renomados.
Na quarta-feira, um jantar do Miami Real Estate Summit 2011, realizado pela BRG International, reuniu investidores e famílias. Entre terça-feira e hoje, a filial brasileira da Sothebys - maior imobiliária dos Estados Unidos - deve receber mais de 50 interessados em comprar o segundo ou terceiro imóvel em Miami. "O brasileiro está mais interessado em Miami hoje do que antes da crise", disse ao Valor Daniel De La Vega, sócio da Sothebys em Miami. Segundo Vega, mais de 50% dos compradores latino-americanos são brasileiros.
Na média, o Condado de Miami-Dade está com preços bastante depreciados - cerca de 65% considerando-se todas as áreas da cidade. O preço médio do apartamento na região caiu de US$ 320 mil para US$ 114 mil. Mas, os luxuosíssimos edifícios que estão sendo ofertados aqui - em áreas nobres e destinadas a estrangeiros - estão muito além disso e não podem ser classificados exatamente como uma pechincha.
A BRG International apresentou empreendimentos cujo preço começa em US$ 3,7 mil (R$ 5,9 mil) o metro quadrado até US$ 10 mil (R$ 16 mil) o metro quadrado, no caso da marca de hotéis W. Na média desse tipo de empreendimento, os preços ficam na casa de US$ 5,5 mil (R$ 8,8 mil) o metro quadrado. Quase todos os apartamentos têm mais de 200 metros quadrados, são de frente para o mar e possuem todos os serviços de um hotel. Na Trump Tower, por exemplo, onde a terceira torre está à venda e a segunda foi 78% vendida a brasileiros, os apartamentos variam de US$ 600 mil a US$ 2,5 milhões. Um único comprador brasileiro arrematou três unidades esta semana.
Em São Paulo, bairros nobres, como Itaim e Vila Nova Conceição, os lançamentos giram em torno de R$ 12 a R$ 15 mil. No Rio de Janeiro, em bairros como Leblon e Copacabana, os preços giram em torno de R$ 15 mil a R$ 20 mil. "Está mais barato do que apartamento na Riviera de São Lourenço, litoral paulista, Trancoso (na Bahia) e a orla do Rio de Janeiro", compara Celso Pinto, diretor da Sothebys no Brasil.
A cidade que há mais de uma década tradicionalmente recebe brasileiros interessados na compra de um imóvel fora do Brasil sofreu duramente com a crise. "Na áreas mais nobres, os preços caíram entre 30% e 40% e já se recuperaram em cerca de 10%", afirma De La Vega. O executivo acredita que os preços levem cerca de sete anos para voltar aos níveis de 2006, auge do boom imobiliário em Miami.
Ainda que a queda dos preços dos imóveis de luxo tenha sido relativamente menor do que o resto da cidade, foi justamente esse mercado - agora oferecido entre champanhe e queijo brie aos brasileiros - que parou. Segundo dados da Southeast Flórida Regional, dos 54 mil imóveis vendidos em Miami em 2010, apenas 2,4% custavam acima de US$ 1 milhão. O Bellini, um dos empreendimentos vendidos aqui no Brasil, foi um dos únicos lançamentos da cidade após a crise. É o único que está na planta. Todo os outros estão prontos.
Depois da crise, as construtoras pararam, mas o estoque de imóveis disponíveis ainda é alto - o que mantém os preços abaixo da média. São quase 5 mil unidades entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão. A expectativa é que sejam absorvidas até 2013. E os novos projetos, embora estejam surgindo timidamente, devem demorar a chegar. Em abril, a Swire Properties, de Hong Kong, anunciou planos para o Brickell CitiCentre, um empreendimento de 465 mil metros quadrados com hotel, apartamentos, torres de escritórios e shopping. As obras deverão começar no ano que vem. "Será o maior valor geral de vendas de um empreendimento nos Estados Unidos", afirma o brasileiro Matias Alem Almeida, sócio da BRG International, arquiteto e corretor nos EUA há dez anos.
Mais do que os empreendimentos, há um nítido empenho para vender a cidade, que se esforça para ser vista como um polo cultural dos EUA (sedia o evento Art Basel Miami Beach, com exposição de artistas do mundo todo, e tem agora o New World Center, casa de óperas e espetáculos em frente a um parque, de onde se pode ouvir e ver imagens internas dos concertos) e não apenas como uma cidade de praia e compras. "Miami nunca foi conhecido como destino cultural, mas isso vai mudar", diz Almeida. Além dos brasileiros, mexicanos, venzuelanos e, entre os europeus, os italianos, também têm comprado imóveis em Miami. Veja vídeo da entrevista com executivos da Sothebys no Valor Online.
Tania Cardoso
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